A pecuária bovina desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico e na geração de emprego e renda no Brasil. No Espírito Santo, essa atividade está presente na maioria dos municípios, sendo a segunda mais importante economicamente. A produção de leite é predominantemente realizada por pequenos produtores familiares. No entanto, algumas propriedades ainda enfrentam desafios como baixa eficiência, falta de tecnificação, diversificação limitada, áreas com pequena produtividade e pastagens degradadas, o que limita o desenvolvimento da atividade.

Para enfrentar esses desafios, o projeto estratégico “Fomento da Bovinocultura Sustentável”, desenvolvido pelo Incaper e parceiros, surge como resposta às necessidades identificadas no Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag).

O objetivo do projeto foi analisar os impactos socioeconômicos e ambientais das capacitações em bovinocultura (pecuária bovina, capacitações nas vitrines de forrageiras e capacitações em unidades demonstrativas (UD) dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)) realizadas nas fazendas experimentais do Incaper em Cachoeiro de Itapemirim e Linhares. Foram realizadas aplicações de questionários aos produtores rurais selecionados em cada ação, seguindo a metodologia do Sistema de Avaliação de Impacto Social de Inovações Tecnológicas Agropecuárias (Ambitec-Social).

O curso de capacitação em pecuária bovina mais realizado foi o de inseminação artificial em bovinos (90%). A adoção integral de tecnologias e práticas de manejo foi observada em 74,06% dos participantes. Houve um impacto positivo no sistema de produção (56,86%), destacando-se uma melhoria na eficiência reprodutiva (76,3%). A maioria dos produtores (52,94%) indicou um impacto positivo na renda, enquanto 43,14% perceberam uma contribuição substancial para a melhoria da qualidade de vida.

No curso de vitrine de forrageiras, 58,62% dos participantes indicaram adotar alguma técnica de manejo de pastagens, com 68,97% considerando seu conhecimento técnico como razoável. A técnica de piquetes ou pastejo rotacionado foi indicado como principal técnica adotada (88,24%). A maioria dos participantes adota práticas de manejo (82,76%), principalmente introdução de novas cultivares de forrageiras (95,60%) e dentre os que não adotam indicam que o principal motivo é a falta de mão de obra.

Quanto ao ILPF, a maioria dos participantes já tinha conhecimento prévio sobre o sistema (75,44%). A principal motivação para a capacitação foi o aprimoramento do conhecimento (57,02%). A maior parte dos participantes (93,81%) expressou interesse em aplicar o sistema no Espírito Santo.

As capacitações técnicas podem impactar positivamente a pecuária bovina, melhorando a eficiência produtiva, aumentando a renda dos produtores e contribuindo para uma melhor qualidade de vida nas comunidades rurais capixabas.